O que me anima a escrever me vivifica a alma e me faz espreitar o outro de mim mesmo, aquele que me coloca sob suspeita e me anima a criar expectativas combativas, transgressivas e, sobretudo, restauradoras.
Por isso, acredito no poder da restauração, da inovação e da criatividade como instrumentos capazes de romper o que está contido, amorfo, inibido, como uma onda inquieta e transbordante capaz de inaugurar novos fluxos de sentido, que dão à vida um revestimento libertário, avesso a tudo o que nos sufoca e limita.
Nada melhor para vivenciar esta experiência criativa do que um café ao ponto, quente e de aroma irresistível, uma filosofia coti-diana, um direito insurgente e uma política sempre combativa para impregnar o discurso sobre a vida de valores que dão aos indivíduos a possibilidade de se tornarem homens e mulheres.
Mas, também, para responder a uma necessidade de aglutinação e de expectativas congruentes de alunos e amigos. Para fazer face à crise de valores éticos que nos inquieta e oprime. Para responder à exigência de se colocar sob suspeita tudo o que parece normal e justificador. Para nos preparar ao confronto de um tempo que se averigua cada vez mais perigoso para aqueles que querem perma-necer livres e mais solidários.
Para alertar aos jovens do perigo que as grandes mídias represen-am no condicionamento de suas vidas, de tal forma que eles podem submergir a uma onda deletéria de cultura acrítica e manipuladora. E, mais ainda, para levar a contento esta tarefa prioritária de revestir os espíritos inquietos de força libertária, capaz de criar novos instrumentos mentais indispensáveis à sobrevivência das inteligências que estão ameaçadas de morte.